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Umbanda e Espiritismo
Umbanda e Espiritismo

TEXTO PUBLICADO POR UM IRMÃO DITO ESPÍRITA KARDECISTA:
Diz-se, com freqüência, que Umbanda e Espiritismo são a mesma coisa, com uma ou outra variante. Os que assim pensam não refletiram o suficiente sobre os fundamentos de cada doutrina.

Uma análise mais acurada nos mostrará que há, entre essas duas correntes espiritualistas, pontos concordantes e discordantes.

Vejamos as opiniões concordantes:

A Umbanda é espiritualista; o Espiritismo também o é.
A Umbanda rende culto a Deus; o Espiritismo também.
Nas práticas de Umbanda ocorrem fenômenos mediúnicos; no Espiritismo também.
A Umbanda aceita a reencarnação; o Espiritismo também.
Na Umbanda se faz caridade; no Espiritismo também.

Vejamos os pontos discordantes:

O Espiritismo NÃO tem culto material; a Umbanda TEM.
O Espiritismo NÃO prescreve qualquer forma de paramento nem comporta o formalismo de funções sacerdotais; a Umbanda TEM "pais" de terreiro com vestimenta e prerrogativas equivalentes ao exercício de funções sacerdotais.
O Espiritismo NÃO admite uso de imagens; a Umbanda TEM imagens e altares.
O Espiritismo NÃO têm sinais cabalísticos nem símbolos; a Umbanda TEM sinais, "pontos riscados" etc.
O ESPIRITISMO REGE-SE POR UM CORPO DE DOUTRINA HOMOGÊNEA, CODIFICADA POR ALLAN KARDEC; A UMBANDA NÃO SE REGE PELA DOUTRINA CODIFICADA POR ALLAN KARDEC.

O professor J. H. Pires, no capítulo VI - O Mediunismo - de seu livro Mediunidade trata a Umbanda como uma forma de mediunismo.

A sua explicação baseia-se na noção de que mediunismo - definição dada pelo Espírito Emmanuel - designa as formas primitivas de Mediunidade.

Assim, ele discorre sobre a construção racional da Mediunidade através dos ensinamentos de Allan Kardec. A Umbanda, sendo apenas a prática do fenômeno mediúnico, não consegue abarcar o grau de positivação alcançado pela Doutrina dos Espíritos. Esta é a grande diferença.
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POIS BEM, O QUE ACHAMOS NÓS OS UMBANDISTAS?
É muito bom notar que o irmão que escreveu o artigo acima tratou o tema de forma objetiva, clara e respeitosa, sem desferir ataques - ainda que velados - à Umbanda.
Contudo, algumas observários e reparos devem ser feitos, como segue abaixo:

- primeiramente o artigo acima afirma que a Umbanda não é regida pela doutrina codificada por Allan Kardec. Essa afirmação não é totalmente verdadeira. Todo o contexto de cunho filosófico abarcado pelo pentateuco é abraçado pelos umbandistas. O que ocorre é que a Umbanda não adota orientações de caráter prático, as quais foram inclusive bem enumeradas no artigo, como o uso de imagens, entre outras.

- Em segundo lugar, o artigo faz alusão à função sacerdotal. Quanto a isso, vale dizer que a Umbanda não tem sacerdotes. A função de direção dos trabalhos é conferida a pessoas de evidente ascendência intelectual e moral e com notórios conhecimentos dos fundamentos da religião, além, é claro, de sua capacidade de liderança sobre o grupo.

Vale ainda informar que, em consonância com a orientação do plano espiritual, a Umbanda em seu segundo século de existência começou a passar por um processo de renovação tendente a orientá-la no sentido de um corpo de doutrina próprio e mais homogêneo, abolindo práticas que nunca foram típicas dos mentores que compõem a Corrente Astral de Umbanda. Nesse momento, por todo o país, inúmeros grupos umbandistas já se organizam nesse sentido.

De resto, não há dúvidas de que são religiões diferentes e é mesmo desejável que assim o seja. Os umbandistas, no entanto, insistem em se afirmarem espíritas e literalmente o somos. Seria importante que os espíritas de orientação kardecista entendessem essa tendência como um apelo a uma convivência fraterna e construtiva que pode e deve existir entre as religiões que praticam o bem.

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